Destaque pela originalidade e romantismo nas letras de suas músicas, Vander Lee adorava brincar com as palavras fazendo música e poesia sobre o amor e o cotidiano, com composições que pareciam brotar da alma. Por isso, hoje prestamos nossas homenagens a esse grande artista mineiro que deixou saudades.
Nascido em Belo Horizonte, em 1966, Vander Lee era o filho do meio entre sete irmãos e foi criado no Bairro Olhos D’água. Começou sua carreira tocando em bares locais e o empurrãozinho para cair no mundo foi abrindo shows de Maurício Tizumba no bar Vila Velha.
O seu repertório ainda era pequeno, mas pouco depois veio a primeira demo, gravada com o guitarrista Luiz Peixoto, com as músicas próprias: Natureza, Caminhada, Minas Gerais e Canção do bicho homem.
Em 1987, participou do projeto “Segunda Musical”, no Teatro Francisco Nunes e fez a primeira apresentação baseada em composições próprias. No mesmo ano, participou do festival de música “Canta Minas” e ficou em segundo lugar com a música Gente não é cor. A premiação impulsionou Vander Lee a gravar o primeiro disco independente.
Seu primeiro CD não chegou ser um estouro de vendas, mas conquistou os primeiros fãs de carteirinha, que muitas vezes pegavam discos e o ajudavam a vender.
O impulso mesmo de sua carreira veio em 1998, quando Vander Lee soube do lançamento de um livro de Elza Soares, no Cozinha de Minas. O mineiro superou a timidez e levou o disco até a cantora. Duas semanas depois, Elza o ligou e pediu para incluir a música Subindo a Ladeira nos shows dela. Vander Lee dividiu o palco com ela em uma apresentação em BH e logo depois em vários espetáculos em São Paulo, Rio de Janeiro e Salvador. A partir daí viu seu nome projetado para todo o país.
Suas canções falam de amor, do cotidiano, das angústias humanas e mostram que Vander Lee encarava a música como algo quase terapêutico, uma forma de se libertar, de mostrar para si e para o mundo o que ele era. Brincava com as palavras, conhecia bem as rimas que se encaixam perfeitamente à melodia e tocam fundo no coração do público. Longe do formato comercial, feitos para vender álbuns, suas composições parecem brotar da alma.
Um artista que misturava gêneros, tanto nas interpretações quanto nas composições, com Pop, MPB, balada e até mesmo samba, Vander Lee definia seu estilo como uma canção brasileira. Os versos tocantes e a melodia agradável caíram no gosto do público e de artistas consagrados. As composições de Vander Lee foram gravadas por Fábio Júnior, Elza Soares, Maria Bethânia, Emilinha Borba, Gal Costa, Luiza Possi, Alcione, Leila Pinheiro, Margareth Menezes e Selmma Carvalho.
Daniel,muito obrigado pela homenagem ao nosso grande poeta mineiro.Quando soube da morte dele,por minha irmã,grande fã dele também,foi como ser levado por uma avalanche.Senti como se tivesse perdido um familiar.Perdemos muito e a musica brasileira também.Obrigado de coração.
Vou guardar mais essa reportagem sobre ele.