Aprenda a Tocar Tristeza do Jeca

Tristezas do Jeca é uma música que está entre as melodias mais executadas nas rodas de viola de todo o Brasil. É também uma das mais belas composições do universo da música de raiz, sendo considerada a melhor música caipira da história. Por isso, não deixe de aprender a tocar Tristeza do Jeca e conheça mais sobre a história da música. Confira!

 

Aprenda a Tocar Tristeza do Jeca

 

Nestes versos tão singelos

Minha bela, meu amor

Pra você quero contar

O meu sofrer e a minha dor

Eu sou quem nem o sabiá

Quando canta é só tristeza

Desde o gaio onde ele está

 

Nesta viola eu canto e gemo de verdade

Cada toada representa uma saudade

 

Eu nasci naquela serra

Num ranchinho beira chão

Tudo cheio de buraco

D’onde a Lua faz clarão

Quando chega a madrugada

Lá no mato a passarada

Principia um baruião

 

Nesta viola eu canto e gemo de verdade

Cada toada representa uma saudade

 

Vou parar com a minha viola já não posso mais cantar

Pois o jeca quando canta tem vontade de chorar

O choro que vai caindo

Devagar vai se sumindo, como as águas vão pro mar

 

Nesta viola eu canto e gemo de verdade

Cada toada representa uma saudade

A moda “Tristeza do Jeca” é uma música que retrata de uma forma extremamente poética a vida simples do homem do campo, suas tristezas, ansiedades e simplicidade do caipira.

A canção que contribuiu para formar a imagem do caipira paulista foi gravada pela primeira vez em 1926 pelo cantor Patrício Teixeira, mas só ganhou popularidade em 1937 quando gravada pelo cantor Paraguassu.

Essa canção composta por Angelino de Oliveira já foi interpretada por inúmeros artistas, entre eles estão: Maria Bethânia, Caetano Veloso, Almir Sater, Sérgio Reis, Zezé de Camargo e Luciano, Chitãozinho e Xororó, Luiz Gonzaga, e, também, pela dupla Tonico e Tinoco.

COO TOCAR TRISTEZA DO JECAAlém de ser imortalizada pelo humorista Mazzaropi, em 1961, que tão bem encarnou a figura do Jeca Tatu.

Dirigido por Milton Amaral, “Tristeza do Jeca” foi produzido e interpretado por Mazzaropi, onde cantou o clássico emocionando o público, homenageando o compositor Angelino de Oliveira e dando vida à imaginação popular da figura do homem interiorano paulista.

Uma curiosidade sobre a música é que segundo consta, a canção foi inspirada no Jeca Tatu, personagem do livro “Urupês”, que Monteiro Lobato havia lançado em 1918. Originalmente o nome da canção é “Tristezas do Jeca”, no plural, pois tem a ver com quatro versos, sendo que cada verso fala sobre uma tristeza do caboclo, mas ela se popularizou mesmo com o título no singular.

 

Angelino de Oliveira

 

COMO TOCAR TRISTEZA DO JECAO compositor é considerado um ilustre cidadão botucatuense, mas ao contrário do se pensa, Angelino não nasceu em Botucatu, ele nasceu em Itaporanga/SP, e veio viver na cidade ainda jovem com seus pais que eram lavradores, em 1894.

Filho de Joaquim Cassimiro e Mariquinha de Oliveira, Angelino era autodidata, aprendeu a tocar violão, viola, violino e trombone e, ainda menino, participou da Orquestra do Gabinete Literário e Recreativo de Botucatu e a Banda de Música São Benedito.

Em 1917, Angelino de Oliveira, um dentista, mas que também vendia imóveis e, vez por outra, ainda assinava como escrivão de polícia de Botucatu, passou a integrar o trio Viguipi (violino, guitarra, piano) o qual, faziam apresentações musicais e de humor. Com o trio ele viaja pelo interior do Estado de Sul de Minas Gerais, Santos e São Paulo.

Em 1918, no Clube 24 de Maio, Angelino tocou e cantou “Tristeza do Jeca” pela primeira vez. Em 1924 ele deixa a cidade dos bons ares para viver em Ribeirão Preto, onde conhece sua esposa Maria Malleus e teve três filhos.

Lá ele escreve a música Saudades de Botucatu e volta ao município que primeiramente o acolheu, compõe Encruzilhada, Prece, Sabiá e Caboclo Velho. Tempos depois se torna diretor artístico da Rádio Emissora de Botucatu.

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